Milton Santos, a alma da Geografia
brasileira
Gladstonier Roberto Pereira Serrano e Júlio César Soares
Milton
Santos (1926 – 2001) foi um geógrafo brasileiro de imensurável contribuição às
ciências geográficas, reconhecido nacional e internacionalmente. Nascido no dia
3 de maio de 1926, na cidade de Macaúbas, Bahia, em uma família de professores.
Aprendeu álgebra e francês já na infância com sua família. Graduou-se em
direito, mas dava aulas de geografia para ensino Médio na Bahia, fez doutorado
em Geografia Humana pela Universite de Strasbourg I, U.STRASBOURG I, França
(1958), e obteve o seu título de Livre-docente pela Universidade Federal da
Bahia (1961)
Esteve
sempre presente na política, participando de funções públicas no governo da
Bahia de 1959 até 1964, quando precisa deixar o Brasil devido à ditadura
militar, onde começa sua jornada no exterior.
Milton
Santos deixou diversas obras de relevância, foi um brilhante geógrafo e o maior
nome da Geografia Crítica brasileira e da Geografia em geral. Publicou mais de
240 artigos científicos em vários idiomas e países, publicou também mais de 50
capítulos de livros, mais de 45 artigos em jornais e revistas, mais de 30
trabalhos completos em anais de congressos, além de ter apresentado mais de 150
trabalhos científicos. Livros ele publicou mais de 40 e em diversos idiomas.
Seu tema favorito era a urbanização em um mundo periférico e a teoria e a
metodologia da geografia.
Por
uma geografia nova é uma das obras mais marcantes de Milton Santos. Nesta obra
ele aborda a necessidade de se mudar as “lentes da geografia”, para que o
geógrafo possa enxergar o fazer geografia por meio de discussões metodológicas,
epistemológicas e conceituais. Esse livro surge em uma fase de crise na
geografia no mundo todo, esta obra veio como um grande instrumento para que se
instaurasse uma nova fase de crítica da geografia. Milton Santos aborda a necessidade
de estudar o espaço, tornando-o mais humano, relacionando esse espaço com
outras disciplinas.
Outra
obra de importância ímpar, é Por uma outra Globalização - do pensamento único a
consciência universal - nesta obra ele traz uma reflexão sobre a globalização,
que é sempre passado pela grande mídia como algo positivo, Santos questiona
essa visão e traz uma visão de uma globalização da perversidade, de serviço ao
grande capital e abando social. Ele convoca a todos para refletir e fazer uma
“nova globalização”, da inclusão, de luta contra a dominação do capital.
Milton
Santos faleceu no dia 24 de junho de 2001, aos 75 anos, na cidade de São Paulo,
vítima de câncer. Deixou um grande vazio na Geografia, mas deixou muitas obras, que o
eternizaram como o grande nome da Geografia Brasileira.
"O sonho obriga o homem a
pensar" (Milton Santos)
Outras
titulações
·
Doutor Honoris Causa: Universidade de Barcelona
·
Doutor Honoris Causa: Universidade Complutense
de Madrid,
·
Doutor Honoris Causa: Universidade de Toulouse,
·
Doutor Honoris Causa: Universidade de Buenos
Aires, entre outras universidades no Brasil e no mundo.
·
Patrono da cidade de São Paulo
Prêmios:
·
Medalha do Mérito da Universidade de Havana
(1994)
·
Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud
(1994)
·
O Brasileiro do Século (Laureado na categoria
Educação, Ciência e Tecnologia - 1999)
·
Ordem Nacional do Mérito Científico; Comendador,
Governo Brasileiro (1995), dentre outras honrarias.
Referências:
SANTOS,
Milton. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência
universal. São Pauto: Record, 2000.
TIERCELIN,
Marie-Hélène - Milton Santos – Disponível em <http://miltonsantos.com.br/site/biografia/>.
Acessado em: 11 nov. 2014.
Curriculum
Vitae de Milton Santos – Disponível em: <http://www.miltonsantos.com.br/site/miltonsantos_curriculum.pdf>
Acessado em: 11 nov. 2014.
Biografia
do Patrono Milton Santos – Disponível em: <www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_m_z/miltonsantos/index.php?p=3781>
Acessado em: 11 nov. 2014.
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